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Universidade Federal do Ceará
Grupo de Pesquisa Hidrosedimentológica do Semiárido

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Áreas de estudo

Bacia Experimental de Aiuaba

O grupo de pesquisa HIDROSED atua principalmente na bacia hidrográfica do Alto Jaguaribe, inserida no “Polígono das Secas”. A região é caracterizada por clima semiárido, com elevada variabilidade da precipitação e secas recorrentes. A área de estudo é composta por três bacias aninhadas: bacia do reservatório Orós (25.000 km²), bacia do reservatório Benguê (964 km²) e Bacia Experimental de Aiuaba (12 km²).

A Bacia Experimental de Aiuaba (11,5 km²) é controlada pelo reservatório Boqueirão, com capacidade de acumular atualmente cerca de 0,06 hm³. O clima da bacia é típico da região semi-árida do Brasil, com precipitação média anual de 560 mm, associada a elevada variabilidade interanual e intra-anual da precipitação e uma evaporação potencial de 2.200 mm anuais.


 

Descrição da área

             O período chuvoso está compreendido entre os meses de janeiro e junho e a temperatura média anual é de aproximadamente 25 °C. A vegetação natural é o bioma Caatinga, composta de árvores e arbustos com altura de 3 a 7 metros e densidade bastante variável, desde floresta seca muito densa a locais quase desérticos, com arbustos isolados. Espécies espinhosas e xerofíticas são freqüentes nas áreas mais secas, sendo também comum a utilização da terra como pastagem para o gado e para plantação de milho e feijão, as atividades mais importantes da região. A principal unidade geológica é o Cristalino Precambriano e Proterozóico, sendo os solos assentados sobre tal unidade normalmente rasos, argilosos e com conteúdo significativo de fragmentos de rochas.

A bacia do reservatório Benguê (964 km²), na qual está inserida a Bacia Experimenta de Aiuaba, tem como principal rio o Umbuzeiro. As características de clima, solo e vegetação são como as descritas para a Bacia Experimental de Aiuaba, sendo aproximadamente metade da bacia localizada em área íngreme com elevação variando de 400 a 800 metros. O reservatório Benguê, situado em seu exutório, tem capacidade de acumular 19,6 hm³ de água, inundando uma área de aproximadamente 350 ha. A vazão média afluente é da ordem de 30 hm³ por ano, mas devido à elevada evaporação (2.100 mm por ano) e coeficiente de variação anual da afluência (CV = 1,20), o reservatório regulariza uma vazão de apenas 6,5 hm³/ano com garantia de 90%.

Estudos indicam que a taxa de sedimentação no Ceará para bacias semelhantes varia de 130 ton/km²/ano a 690 ton/km²/ano, dependendo do uso do solo, sendo a sedimentação esperada para o reservatório Benguê entre 1,4 e 7,3 milhões de toneladas por década, ou 1,2 a 5,6 hm³ de redução na capacidade de acumulação por década. Isso significa que, caso os processos erosivos não sejam controlados, o reservatório pode ser perdido em menos de 40 anos devido à sedimentação. Ressalta-se também que, devido à elevada razão entre a área da bacia e a capacidade do reservatório (54 km²/hm³, enquanto que a média do estado é de cerca de 10 km²/hm³), o reservatório Benguê é muito vulnerável aos processos de sedimentação.

A bacia hidrográfica do reservatório Orós, que engloba as duas bacias citadas anteriormente, drena uma área de aproximadamente 25.000 km², sendo o rio Jaguaribe o principal afluente do açude. O reservatório, cuja capacidade de acumulação é de 1.940 hm³, é capaz de regularizar uma vazão de 20,4 m³/s com garantia de 90%.


Monitoramento

           O grupo de pesquisa HIDROSED realiza monitoramento de variáveis hidro-climáticas e da produção de sedimentos na região de estudo, sendo mais intensivas as medições na Bacia Experimental de Aiuaba. Dentre os equipamentos instalados e dados disponíveis tem-se:

 

 

 

 

 


 

 

Uma estação climatológica PCD (Plataforma de Coleta de Dados) monitorada pela FUNCEME (Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos); três estações pluviográficas com registros de precipitação a cada cinco minutos; sensores de umidade do solo com registros horários; calha Parshall com registros a cada 15 minutos da vazão do principal afluente ao reservatório Boqueirão; linígrafo de bóia com registro horário do nível do reservatório Boqueirão.

São registrados manualmente, ainda, dados de evaporação em Tanque Classe A, nível do açude Boqueirão (réguas linimétricas) e dados sobre interceptação, além de coletadas amostras através de um coletor automático de sedimentos para avaliação das concentrações de sedimento em amostras de água dos principais eventos chuvoso.

 


Área Experimental de Madalena

Intitulado de Fazenda Reunidas São Joaquim e classificado como latifúndio improdutivo pelo INCRA no ano de 1986, o imóvel foi desapropriado. Após muitas lutas e resistências dos trabalhadores rurais, em agosto de 1989, por  meio do Ato  127-P, foi criado o Assentamento São Joaquim, mais conhecido como Assentamento 25 de maio.

Atualmente, estão instaladas  586  famílias, organizadas em  13 comunidades, sendo destas 430 assentadas, os quais são as famílias cadastradas junto ao INCRA, beneficiárias de programas e verbas do governo para trabalhadores rurais, e 156 famílias agregadas, não beneficiárias.

 

As principais atividades econômicas realizadas no assentamento são a agricultura com o plantio em sequeiro de milho e feijão, apicultura e a pecuária extensiva, sobressaindo-se a bovinoculturaleiteira e ovinocapricultura de corte, ocupando um papel de destaque na economia do município de Madalena (CEARÁ, 2005). Outro cultivo bastante representativo na economia local é a produção da mamona.

O clima da região de estudo é do tipo Tropical Quente Semiárido (IPECE, 2007), caracterizado pela variabilidade temporal e um regime de chuva irregular, marcado por períodos extensos de estiagem. A temperatura média anual está em torno dos 26 °C a 28 °C.
Situada entre as cotas altimétricas de 250 e 360 m, a área de estudo está sob formação geológica datada do período Pré-Cambriano composta por rochas do embasamento cristalino, representadas por gnaisses e  migmatitos diversos, associados a rochas plutônicas e metaplutônicas de composição predominantemente granítica (CEARÁ, 2009).
A geologia da área reflete na disponibilidade dos recursos hídricos subterrâneos, uma vez que a estrutura geológica do terreno dificulta a infiltração da água, resultando no baixo potencial de águas subterrâneas que quando ocorrem, é por meio dos sistemas de fraturas. A rede de drenagem do assentamento 25 de maio faz parte da bacia do Banabuiú, que drena 13% do território cearense (CEARÁ, 2008). Os rios e riachos são intermitentes, com o escoamento superficial restrito aos períodos chuvosos. O armazenamento das águas no assentamento é realizado por 13 açudes, responsáveis pelo abastecimento de toda a população. A maioria dos açudes possui o mesmo nome da comunidade onde estão localizados.

Com base no mapa de solos do Estado do Ceará (IPECE, 2007), a área de estudo é constituída pelas classes de solos: Luvissolos (Bruno Não Cálcico), Neossolos Litólicos (Litólicos), Vertissolos e Neossolos Flúvicos (Solos Aluviais), estabelecidas pelo Sistema Brasileiro de Classificação do Solo (EMBRAPA, 1999).
As unidades fitoecológicas da área de estudo caracterizam-se por Caatinga Arbustiva Densa, e uma parte da Floresta Caducifólia Espinhosa (Caatinga Arbórea) (CEARÁ, 2005). Estas unidades devegetação apresentam adaptações morfológicas e fisiológicas aos períodos de seca (PEREIRA; SILVA,  2005), tratando-se de um bioma com alta biodiversidade, no qual se destacam a formação vegetal xerófila, com folhas pequenas que reduzem a transpiração, caules suculentos para armazenar água e raízes espalhadas para capturar o máximo de água durante as chuvas (SILVA,2008).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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